Você já ouviu falar em work exchange? Maneira econômica de viajar pelo Brasil e pelo mundo, a modalidade de troca de trabalho por hospedagem (e, por vezes, alimentação) tem ganhado cada vez mais adeptos pelo planeta.
Viajar barato, inclusive, é apenas parte da recompensa: a convivência com uma nova cultura, o aprimoramento de outro idioma, o aprendizado com o trabalho e todo o saldo de uma experiência única estão entre os principais benefícios apontados por quem aposta na oportunidade.
A seguir, esclareça suas dúvidas sobre work exchange e conheça mais essa forma de dar asas ao seu espírito viajante!
Trabalho de viajante: o que é e como funciona o Work Exchange?
Também chamado de intercâmbio de trabalho ou voluntariado em hostels/casas de família, o work exchange é a troca de horas de trabalho por acomodação, alimentação e outros benefícios a depender do que é oferecido pelo host ou anfitrião.
Pode-se dizer, ainda, que o work exchange é uma forma de turismo colaborativo, no qual o viajante tem a oportunidade de explorar novos destinos de forma mais próxima à cultura local e menos turística.
Como funciona?
O viajante interessado deve entrar em contato com portais especializados em work exchange e planejar o intercâmbio por conta própria – não há agências que ofereçam o serviço.
Os sites especializados se encarregam de fornecer as oportunidades em aberto, os contatos dos anfitriões, o tipo de trabalho a ser realizado, as datas disponíveis e o que é oferecido em troca de trabalho em cada caso.
De maneira geral, a carga horária de trabalho varia de 3 a 8 horas por dia, com direito a alguns dias de folga na semana. Vale lembrar que as folgas são variáveis de acordo com cada local – onde se trabalha por mais horas diárias, a folga semanal costuma ser de 2 dias.
Duração do Intercâmbio de Trabalho
A duração do programa também é flexível, mas normalmente vai de no mínimo uma semana a 2 ou 3 meses. O tipo de trabalho também influencia no tempo de estadia (alguns trabalhos exigem uma maior curva de aprendizagem).
O que o viajante recebe em troca?
Além da hospedagem, o direito à alimentação inclui a maioria dos esquemas de work exchange (uma, duas ou três refeições diárias). Passeios, drinks e até aulas diversas também podem ser oferecidos como benefícios pelos anfitriões.
Onde encontrar oportunidades de work exchange?
Os principais sites especializados são:
- Workaway: trabalhos diversos;
- Worldpackers: trabalhos diversos, mas maior foco em hostels;
- HelpX: trabalhos diversos;
- WWOOF: sigla para World Wide Opportunities on Organic Farms, o portal é focado no trabalho em locais de produção orgânica, principalmente fazendas.
Quem pode participar?
A princípio, o work exchange é bastante democrático e qualquer um pode participar, mas o pré-requisitos dependem do tipo de trabalho e das exigências de cada host ou anfitrião.
Trabalhos mais técnicos como fotografia, vídeo e gestão de mídias sociais em hostels, por exemplo, costumam exigir experiência prévia. Já trabalhos mais braçais como jardinagem, pintura, pequenos reparos e limpeza geralmente não demandam nenhum nível de experiência.
O idioma é outra questão: para intercâmbio de trabalho no exterior, é bem comum que se exija ao menos o nível básico de inglês. Determinados países também podem demandar noções iniciais do idioma local, principalmente se o trabalho exige comunicação com hóspedes e turistas, como na recepção de hostels.
De toda forma, vale a pena checar os pré-requisitos de cada vaga! Trabalhos braçais no exterior podem não exigir inglês, por exemplo.
Uma dica para os mochileiros e work exchangers e primeira viagem é também explorar nosso próprio (e imenso!) país no primeiro momento – o Brasil tem muitas vagas de intercâmbio de trabalho. Vale a pena!
Quem costuma participar?
O perfil mais predominante em work exchange são viajantes entre 19 e 32 anos que atuam como nômades digitais, desejam melhorar o currículo, estão em busca de um novo estilo de vida ou atravessando um período sabático. As informações são de uma pesquisa do próprio Worldpackers.
Leia Mais: Tudo sobre bagagem de mão e despachada: conheça as regras
Trabalho em troca de viagem: tipos de Work Exchange
Como mencionamos, o trabalho oferecido em troca de hospedagem e refeições é bastante diversificado. Muitos locais possibilitam, inclusive, que o viajante ofereça suas habilidades e dons especiais durante sua estadia no destino (incluindo artes plásticas, música e aulas de yoga, por exemplo).
De forma resumida, alguns dos serviços e/ou ajuda mais solicitados e demandados anfitriões são:
- reforma e manutenção;
- tarefas de casa e limpeza;
- recepção de hóspedes (hostels, hotéis e pousadas);
- fotografia e vídeo;
- marketing digital;
- ajuda na cozinha;
- bartending;
- jardinagem;
- ensino de idiomas;
- trabalho social e comunitário;
- cuidado com crianças.
A seguir, exploramos em mais detalhes os principais tipos de anfitriões e atuações de quem trabalha para viajar. Confira:
Fazendas orgânicas, ecovilas e camping
Para quem adora se conectar à natureza, oportunidades em fazendas orgânicas, ecovilas ou camping são excelentes pedidas. Além de tranquilizar a cabeça em meio a muito verde, os viajantes também podem adquirir habilidades novas em jardinagem, cuidado com hortas, bioconstrução e permocultura. Como vimos, o site WWOOF tem ótimas vagas nesse sentido.
Trabalho em Hospedagem: hostels, pousadas, hotéis
Para quem está trabalhando em troca de hospedagem, nada mais natural que ajudar o anfitrião em tarefas rotineiras do local da estadia. Este é certamente um dos trabalhos mais comuns e populares no work exchange: ajudar na recepção, limpeza, arrumação de quartos, cozinha ou desenvolver atividades recreativas.
Para quem quer aperfeiçoar o inglês, é uma excelente escolha – com esse trabalho, afinal, é possível ter contato com turistas do mundo todo.
Retiros espirituais e centros de yoga/meditação
Sim, também é possível apostar em um intercâmbio de trabalho zen! Centros espirituais de todo o mundo, incluindo templos budistas, retiros de yoga e cursos de meditação podem oferecer aulas e práticas contemplativas em troca da sua ajuda em tarefas de manutenção e outros serviços.
É o work exchange ideal para quem precisa de relaxar o corpo e a mente!
Casas de família
Tal como os intercâmbios convencionais, o work exchange também oferece a chance de se hospedar em casas de família. A diferença, aqui, é que você troca sua ajuda por acomodação e alimentação.
Ajuda nas tarefas domésticas, cuidar das crianças por algumas horas… as atividades são variadas. A experiência é especialmente interessante porque permite vivenciar o estilo de vida local como um verdadeiro morador!
Projetos Sociais e ONGs
Na experiência dos viajantes, os work exchange de impacto social são os mais transformadores e enriquecedores. Projetos sociais e ONGs voltados a crianças, refugiados e animais são exemplos de oportunidades para quem deseja aliar turismo e filantropia.
Aulas de idioma, ajuda na limpeza, cozinha e tarefas de manutenção são algumas das atividades de quem escolhe esse intercâmbio.
Quer apostar no Work Exchange? 6 tópicos para combinar com o host antes de ir
Para que seu work exchange saia como o planejado e seja uma experiência tão incrível quanto promete ser, vale ficar atento a alguns detalhes fundamentais na hora de combinar tudo com o host:
- data de ida e tempo de duração do work exchange;
- tipo de trabalho a ser realizado;
- carga horária do trabalho e dias e condições de folga;
- idioma exigido;
- tipo de acomodação oferecida;
- refeições inclusas (se você for vegetariano, vegano ou tiver algum tipo de restrição alimentar, verificar esse quesito é especialmente importante para que você se prepare).
Esperamos que este conteúdo seja útil! Com o devido planejamento, o work exchange é uma oportunidade incrível para viajar o mundo, conhecer o seu próprio país e acumular muitas experiências e amizades na bagagem.
Agora que você terminou a leitura, não deixe de conferir também nosso artigo sobre turismo sustentável na prática!